Como sobreviver aos enjôos na gravidez: minha história com a hiperêmese | Parte 1
Meu primeiro trimestre de gravidez foi muito difícil. Na verdade, isso é um eufemismo: para ser bem sincera com vocês (e eu quero ser completamente franca neste post), meu primeiro trimestre foi terrível. Quando descobri a gravidez, fiquei exultante! Estava com 5 semanas, curtindo uma cidade linda com meu marido e trabalhando super bem em projetos e sonhos. Foi um daqueles momentos mágicos e perfeitos da vida em que tudo está nos eixos. Três ou quatro dias depois do teste positivo, fomos ao médico e confirmamos a gravidez com um ultrassom. Vi aquela bolinha dentro do meu útero e me emocionei com o incrível processo que se iniciava em mim! Lembro que a médica perguntou se eu estava sentindo algum sintoma desagradável e eu respondi: “Não, apenas um pouco de cansaço a mais no final do dia. Nada significativo.”
Eu não imaginava o que estava por vir.
Alguns dias depois, na sexta semana, os enjôos chegaram. No começo, achei até bonitinho, charmoso, um sinal de que eu realmente estava grávida. A sensação de náusea chegou discreta no primeiro dia; no segundo dia precisei comprar um lanche a mais na rua para tentar aplacar o enjôo; no terceiro dia, vomitei. Lembro que nem acreditava que ia vomitar! Veja bem: eu não costumo vomitar ou passar mal do estômago. Esses eram eventos extremamente raros para mim! Mas em meados de novembro, mexendo no armário de produtos de limpeza, tive meu primeiro vômito da gravidez. Não deu tempo nem de chegar ao banheiro e o pobre Matheus acabou tendo que limpar minha bagunça no chão da cozinha.
Daí para a frente, as coisas pioraram muito. Meus enjôos e vômitos tomaram conta da minha vida: eu não tinha força para levantar da cama, não conseguia comer quase nada e, quando engolia alguma coisa, acabava vomitando tudo. O mês de novembro de 2019 foi um dos piores da minha vida: emagreci 6kg, parecia doente e não conseguia curtir a gravidez. A verdade é que não me sentia grávida, me sentia muito doente.

Fotos da semana em que descobrimos nosso pãozinho no forno: estávamos morando em Budapeste.
Passava os dias deitada pesquisando “quando acabam os enjôos da gravidez” ou “o que fazer para aliviar o enjôo” no Google. Revisei tudo o que tinha aprendido na faculdade sobre o assunto, li diversos depoimentos e testei de tudo. Virei especialista no assunto! Mas meus enjôos só deram uma regredida no mês seguinte. E quando eu digo que melhoraram um pouco, digo que passei a vomitar apenas duas ou três vezes ao dia ao invés das cinco vezes que eram o costume. Consegui comer uma variedade um pouco maior de alimentos e segurar mais água no organismo… mas em Dezembro, também emagreci: foram 2kg a menos em um mês.
Em janeiro, meu primeiro trimestre se encerrou e com isso eu tinha esperança de ficar completamente curada! Neste ponto, já tínhamos voltado ao Brasil depois de termos passado 3 meses morando na Hungria. Os ares e comidas do Brasil, além dos meus hormônios um pouco mais controlados, realmente me fizeram melhorar! Passei a vomitar apenas uma vez ao dia e os enjôos passavam depois da hora do almoço! Voltei a sentir fome e ter apetite! Que coisa maravilhosa! Estava muito grata pela melhora, mesmo não estando zerada. Foi só na semana 24 que meus enjôos me deixaram completamente e passei a ganhar peso ao invés de perder ou simplesmente “manter” o peso.