Logo quando um bebê nasce, o corpo de sua mãe começa a preparar o alimento mais completo, nutritivo e adequado para ele. Nos primeiros dias, esse leite se chama colostro, um leite inicial mais ralo e claro cheio dos primeiros nutrientes e anticorpos que o recém-nascido precisa. Com o passar dos dias, o leite maduro começa a descer e o bebê obtém dele tudo o que precisa para crescer forte e saudável! Até os 6 meses de idade, a livre demanda de leite materno é a opção mais fisiológica, saudável, barata e adequada para o bebê.
Aos 6 meses de idade, o intestino e trato gastrointestinal do bebê ficam prontos para receber outros alimentos além do leite materno! E aí chegou a hora dos pais se perguntarem:
Será que meu bebê já está pronto para começar a comer comidinha?
A resposta dessa pergunta depende dos sinais de prontidão que o bebê demonstrar. Só começamos a Introdução Alimentar depois que percebemos que o bebê consegue:
Sentar sozinho ou com mínimo de apoio;
Sustentar completamente a sua própria cabecinha;
Levar objetos e brinquedos à boca com as mãos;
Ter o reflexo de protrusão da língua diminuído (ele não empurra objetos, colheres e brinquedos com a língua);
Mostrar interesse por alimentos.
Se o bebê já demonstra estes sinais e tem 6 meses completos de vida, está na hora de começar a Introdução Alimentar!
Observação: para bebês prematuros de 36 semanas ou menos, é preciso fazer a conta da correção da idade na hora de considerar os 6 meses completos de vida.
Não tenha pressa!
Se o bebê ainda não tem 6 meses completos ou ainda não demonstra os sinais de prontidão, não está na hora de começar a dar comidinhas. Não adianta ter pressa, viu?
Muitas famílias podem se sentir tentadas a começar a introdução alimentar de forma precoce no momento em que as mães voltam ao trabalho (geralmente por volta dos 4 meses), mas isso não é adequado. Mesmo que a mãe não esteja presente durante o dia todo para amamentar o bebê, incentivamos que a amamentação exclusiva continue por meio da ordenha e oferta do leite em copinhos ou colheres dosadoras quando a mãe não estiver por perto.
Se o aleitamento for interrompido antes dos 6 meses, a alimentação do bebê deve ser feita com o uso de fórmulas adequadas e não com comidinha! Assim, não existe indicação de Introdução Alimentar precoce (antes dos 6 meses e dos sinais de prontidão).
A Introdução Alimentar precoce está associada com uma maior chance de alergias alimentares (especialmente a alergia à proteína do leite de vaca), além de fazer com que a evolução de consistências das papinhas e a participação do bebê na própria alimentação fiquem prejudicadas. Um bebê de 4 meses não será capaz de sentar sozinho no cadeirão e levar alimentos macios a boca para comê-los com autonomia. Um bebê imaturo terá que receber a comida amassada em uma colher de forma passiva e não aproveitará a descoberta dos novos alimentos. Além de haver maior risco de engasgos e acidentes com a IA precoce!
O leite continua firme e forte!
É muito importante que você firme a seguinte ideia na cabeça: a Introdução da Alimentação (IA) deve COMPLEMENTAR o aleitamento materno. A palavra chave é complementar e não substituir! O bebê continuará mamando em livre demanda nos primeiros meses de introdução alimentar: o leite ou fórmula serão os principais alimentos durante a IA.
Isso permite que todo o processo de IA seja mais tranquilo e gradual: não existe a expectativa de que o bebê coma grandes quantidades de comida durante as refeições porque o leite materno já está cobrindo suas necessidades nutricionais.
À medida que os meses de IA vão passando, o bebê vai ficando cada vez mais craque em comer! Ele vai desenvolver as habilidades motoras, se sentirá seguro e autônomo durante as refeições e passará a comer maiores volumes. Naturalmente, as mamadas vão diminuindo e as refeições vão aumentando! Mesmo assim, ainda recomendamos que a amamentação prossiga até pelo menos os 2 anos de idade do bebê, uma vez que ela traz benefícios imunológicos e nutricionais.
Espero que essas informações te ajudem com a Introdução Alimentar do seu bebê! Abraços, Marina
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